No passado dia 08 de abril de 2016 realizou-se no auditório
municipal do Bombarral o Debate com o tema “Futuro Hospital Regional do Oeste”, organizado pela Associação Bombarral Sustentável.
O Painel foi composto pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Bombarral, José Manuel Vieira; o deputado
do PSD à Assembleia da República, Dr. Feliciano
Barreiras Duarte; o Presidente do PS
Bombarral, Dr. Jorge Gabriel em
substituição do deputado do PS à
Assembleia da República, Dr. António
Sales, moderados pelo Sr. Presidente
da Associação Bombarral Sustentável, Engenheiro
Fonseca e pelo Sr. Presidente da
Mesa da Assembleia Geral da Associação Bombarral Sustentável, Sr. José Alexandre da Fonseca.
Começou por usar da palavra o Sr. Presidente da Câmara Municipal do Bombarral, esclarecendo que a
instalação de um novo hospital no Oeste não acontecerá nesta legislatura, nem
talvez na próxima, por insuficiência orçamental do Governo, segundo pôde apurar
junto do Ministério da Saúde.
Contudo, a haver a criação de um novo hospital regional,
considerou que deveria ocorrer no Bombarral uma vez que o nosso concelho goza
da melhor localização geográfica de entre os outros concelhos do Oeste,
localizando-se no epicentro dos 12 municípios do Oeste.
Realçou que o Ministério da Saúde, em lugar à criação
de um novo hospital no Oeste, tem em curso um programa de ampliação das
urgências e ambulatório do Hospital das Caldas da Rainha e também na Unidade de
Torres Vedras.
Deu nota também que o novo hospital tem como objetivo servir
um universo de 350 mil pessoas no Oeste.
O Sr. Presidente da Câmara do Bombarral não esclareceu quais
os terrenos que serão alocados para a construção do Hospital Regional, caso
venha para o Bombarral, tendo dito apenas que as novas instalações
hospitalares carecem de uma área de implementação de 60 hectares.
De seguida interveio o Sr. Deputado do PSD à Assembleia da República, que começou por dizer
que é fundamental e imprescindível melhorar as infra-estruturas de saúde do
distrito de Leiria e da região Oeste.
Evidenciou a existência de estudos técnicos para “todos os
gostos” sobre a necessidade da instalação de uma nova unidade hospitalar no
Oeste e que por isso mais do que a questão técnica, é preciso fazer uma análise
política da situação do Oeste e das necessidades das suas populações.
Referiu que não se pode pensar pequenino, é preciso criar
relações fora dos respetivos concelhos por forma a que se criem sinergias com
vista à criação de estratégias para implementação de futuras infra-estruturas.
Informou que o Hospital do Oeste candidatou-se ao FEDER e
foram atribuídos 1 milhão e 43 mil euros para melhorias nas suas instalações.
Por último, o Sr. Presidente
da concelhia do PS do Bombarral começou por evidenciar que, apesar das
dificuldades, o nosso Serviço Nacional de Saúde constitui um avanço
civilizacional face a outros países, e essa situação tem gerado consensos, nos
últimos anos.
Contudo, alertou para o facto de em Portugal existirem ainda
1 milhão e 200 mil pessoas sem médico de família.
Fruto do desenvolvimento dos acessos (sobretudo rodoviários),
é necessário, nos dias de hoje, reorganizar a rede hospital portuguesa.
Informou ainda que este Governo vai criar novos hospitais na
área da grande lisboa, como é o caso do Hospital do Seixal e de Lisboa Oriental,
deixando no ar a interrogação se no Oeste não deveria ser também criado um novo
hospital capaz de servir as necessidades das suas populações.
Alertou também para o facto de, havendo a possibilidade de instalação de um novo hospital no Oeste, concretamente no Bombarral, ter de se proceder a nova alteração do PDM.
Dada a palavra à plateia, alguns munícipes expressaram as
suas opiniões e colocaram perguntas aos oradores.
A JSD do Bombarral
pediu a palavra e fez duas intervenções.
Numa primeira intervenção, Ricardo Oliveira Venâncio começou por cumprimentar todos os
presentes na pessoa do Presidente da Associação Bombarral Sustentável, o Engenheiro
Fonseca, congratulando-o pela iniciativa.
Começou por referir que ao saber que a questão do hospital
vai ser adiada cerca de 10 anos para a frente, o presente debate ficara
praticamente vazio de conteúdo uma vez que as pessoas se deslocaram ao
auditório com a perspetiva de que o hospital pudesse ser uma realidade próxima, tendo
muito mais com que se preocupar nos dias de hoje do que com uma plausível obra
a ser realizada no prazo de uma década.
De seguida, lamentando não estar presente no painel ninguém
da área da saúde por forma a esclarecer os participantes com dados concretos e
necessidades concretas da população do Oeste em matéria de saúde, disse que as
necessidades das nossas populações são reflexo da constante política de
centralização de valências em Lisboa, sendo urgente uma política de
descentralização não só do poder político como de infra-estruturas que possam
não só servir as populações como evitar que queiram abandonar os locais onde
atualmente residem.
Disse que os autarcas do Bombarral deveriam ter uma
estratégia para o concelho a 10, 20, 30 anos, e pensar o PDM para as próximas
décadas por forma a proceder-se a uma só alteração, ao contrário do que tem
acontecido, recordando a recente alteração do PDM especificamente com vista à
instalação do parque temático. Logo, na iminência da instalação de um novo
hospital, teria que se iniciar um novo processo de alteração do PDM. Não é
prático, não é barato e não serve os interesses dos munícipes.
Referiu também que os tempos de hoje não são os tempos de
outrora, e que por essa razão os autarcas têm que pensar estrategicamente que
infra-estruturas querem ter nos respetivos concelhos, uma vez que não podem ter
todas. Deu o exemplo dos estádios de futebol e dos pavilhões municipais, que
cada concelho tem os seus mas depois não tem condições financeiras para os
manter em regular estado de funcionamento.
Nesse sentido, e terminando, disse que no Bombarral os
autarcas têm que perceber o que é prioritário, porque os fundos e os meios são
escassos, não podendo pensar em parques temáticos, hospitais e outras obras que
implicam grande investimento e ocupação de solos municipais quando podemos pôr
em causa as condições para os implementarmos, devendo optar por aqueles que
melhor servem os interesses dos munícipes.
O Diretor Clínico do
Centro Hospital do Oeste, presente na plateia, Dr. António Curado, referiu que o Oeste precisa de um novo hospital que
possa dar resposta a um universo de cerca de 400 mil pessoas, e que precisará
de um investimento a rondar os 100 milhões de euros.
Na segunda intervenção da JSD Bombarral, Rodrigo Sebastião desafiou os diferentes municípios do Oeste a
implementarem uma cultura de diálogo e cooperação em prol da região Oeste, na
medida em que possam definir estratégias para a região e estabelecer acordos ao
nível da comunidade intermunicipal por forma a alocarem recursos financeiros
diretos ou oriundos de programas de apoios comunitários, como o Portugal 2020,
ou outros, demonstrando ao Ministério da Saúde que não será por falta de
cabimento orçamental que o novo hospital não nascerá no Oeste.
Em jeito de conclusão, e tomando posição pública, consideramos
que, tendo em conta as intervenções realizadas e os dados apontados no presente
debate, o Oeste é hoje uma região carecida de uma nova unidade hospitalar que possa
e consiga satisfazer as necessidades da sua população. Nessa medida, devem os
autarcas dos diferentes municípios unir esforços e pensar numa estratégia ao
nível de infra-estruturas a curto e a médio prazo que realmente possa dar uma resposta
efetiva ao desenvolvimento da região e da sua população.
No caso particular do Bombarral, consideramos elementar dotar
o PDM de meios que o mantenha preparado para as necessidades das próximas
décadas, devendo os nossos autarcas projetarem o nosso concelho nas próximas
décadas e definirem prioridades.
Mais do que estarmos à espera indefinidamente por obras
megalómanas para alavancar o nosso concelho, devemos pensar de que forma podem ser
criadas condições para que os bombarralenses não saiam do concelho, e aqueles
que têm capital para investir reconheçam o Bombarral como o local perfeito para
realizar investimentos.
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