Regresso da JSD ao Bombarral

O regresso da JSD ao Bombarral é para nós um enorme desafio que acarreta muita responsabilidade, mas é com ambição que o aceitamos, pois queremos desenvolver o debate político e a participação entre os jovens do Bombarral. Viva a Juventude!

sábado, 9 de abril de 2016

Novo Hospital Regional do Oeste não será uma realidade nos próximos anos!

No passado dia 08 de abril de 2016 realizou-se no auditório municipal do Bombarral o Debate com o tema “Futuro Hospital Regional do Oeste”, organizado pela Associação Bombarral Sustentável.
O Painel foi composto pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Bombarral, José Manuel Vieira; o deputado do PSD à Assembleia da República, Dr. Feliciano Barreiras Duarte; o Presidente do PS Bombarral, Dr. Jorge Gabriel em substituição do deputado do PS à Assembleia da República, Dr. António Sales, moderados pelo Sr. Presidente da Associação Bombarral Sustentável, Engenheiro Fonseca e pelo Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Bombarral Sustentável, Sr. José Alexandre da Fonseca.

Começou por usar da palavra o Sr. Presidente da Câmara Municipal do Bombarral, esclarecendo que a instalação de um novo hospital no Oeste não acontecerá nesta legislatura, nem talvez na próxima, por insuficiência orçamental do Governo, segundo pôde apurar junto do Ministério da Saúde.

Contudo, a haver a criação de um novo hospital regional, considerou que deveria ocorrer no Bombarral uma vez que o nosso concelho goza da melhor localização geográfica de entre os outros concelhos do Oeste, localizando-se no epicentro dos 12 municípios do Oeste.

Realçou que o Ministério da Saúde, em lugar à criação de um novo hospital no Oeste, tem em curso um programa de ampliação das urgências e ambulatório do Hospital das Caldas da Rainha e também na Unidade de Torres Vedras.

Deu nota também que o novo hospital tem como objetivo servir um universo de 350 mil pessoas no Oeste.

O Sr. Presidente da Câmara do Bombarral não esclareceu quais os terrenos que serão alocados para a construção do Hospital Regional, caso venha para o Bombarral, tendo dito apenas que as novas instalações hospitalares carecem de uma área de implementação de 60 hectares.

De seguida interveio o Sr. Deputado do PSD à Assembleia da República, que começou por dizer que é fundamental e imprescindível melhorar as infra-estruturas de saúde do distrito de Leiria e da região Oeste.

Evidenciou a existência de estudos técnicos para “todos os gostos” sobre a necessidade da instalação de uma nova unidade hospitalar no Oeste e que por isso mais do que a questão técnica, é preciso fazer uma análise política da situação do Oeste e das necessidades das suas populações.

Referiu que não se pode pensar pequenino, é preciso criar relações fora dos respetivos concelhos por forma a que se criem sinergias com vista à criação de estratégias para implementação de futuras infra-estruturas.

Informou que o Hospital do Oeste candidatou-se ao FEDER e foram atribuídos 1 milhão e 43 mil euros para melhorias nas suas instalações.

Por último, o Sr. Presidente da concelhia do PS do Bombarral começou por evidenciar que, apesar das dificuldades, o nosso Serviço Nacional de Saúde constitui um avanço civilizacional face a outros países, e essa situação tem gerado consensos, nos últimos anos.

Contudo, alertou para o facto de em Portugal existirem ainda 1 milhão e 200 mil pessoas sem médico de família.

Fruto do desenvolvimento dos acessos (sobretudo rodoviários), é necessário, nos dias de hoje, reorganizar a rede hospital portuguesa.

Informou ainda que este Governo vai criar novos hospitais na área da grande lisboa, como é o caso do Hospital do Seixal e de Lisboa Oriental, deixando no ar a interrogação se no Oeste não deveria ser também criado um novo hospital capaz de servir as necessidades das suas populações.

Alertou também para o facto de, havendo a possibilidade de instalação de um novo hospital no Oeste, concretamente no Bombarral, ter de se proceder a nova alteração do PDM.

Dada a palavra à plateia, alguns munícipes expressaram as suas opiniões e colocaram perguntas aos oradores.

A JSD do Bombarral pediu a palavra e fez duas intervenções.

Numa primeira intervenção, Ricardo Oliveira Venâncio começou por cumprimentar todos os presentes na pessoa do Presidente da Associação Bombarral Sustentável, o Engenheiro Fonseca, congratulando-o pela iniciativa.

Começou por referir que ao saber que a questão do hospital vai ser adiada cerca de 10 anos para a frente, o presente debate ficara praticamente vazio de conteúdo uma vez que as pessoas se deslocaram ao auditório com a perspetiva de que o hospital pudesse ser uma realidade próxima, tendo muito mais com que se preocupar nos dias de hoje do que com uma plausível obra a ser realizada no prazo de uma década.

De seguida, lamentando não estar presente no painel ninguém da área da saúde por forma a esclarecer os participantes com dados concretos e necessidades concretas da população do Oeste em matéria de saúde, disse que as necessidades das nossas populações são reflexo da constante política de centralização de valências em Lisboa, sendo urgente uma política de descentralização não só do poder político como de infra-estruturas que possam não só servir as populações como evitar que queiram abandonar os locais onde atualmente residem.

Disse que os autarcas do Bombarral deveriam ter uma estratégia para o concelho a 10, 20, 30 anos, e pensar o PDM para as próximas décadas por forma a proceder-se a uma só alteração, ao contrário do que tem acontecido, recordando a recente alteração do PDM especificamente com vista à instalação do parque temático. Logo, na iminência da instalação de um novo hospital, teria que se iniciar um novo processo de alteração do PDM. Não é prático, não é barato e não serve os interesses dos munícipes.

Referiu também que os tempos de hoje não são os tempos de outrora, e que por essa razão os autarcas têm que pensar estrategicamente que infra-estruturas querem ter nos respetivos concelhos, uma vez que não podem ter todas. Deu o exemplo dos estádios de futebol e dos pavilhões municipais, que cada concelho tem os seus mas depois não tem condições financeiras para os manter em regular estado de funcionamento.

Nesse sentido, e terminando, disse que no Bombarral os autarcas têm que perceber o que é prioritário, porque os fundos e os meios são escassos, não podendo pensar em parques temáticos, hospitais e outras obras que implicam grande investimento e ocupação de solos municipais quando podemos pôr em causa as condições para os implementarmos, devendo optar por aqueles que melhor servem os interesses dos munícipes.

O Diretor Clínico do Centro Hospital do Oeste, presente na plateia, Dr. António Curado, referiu que o Oeste precisa de um novo hospital que possa dar resposta a um universo de cerca de 400 mil pessoas, e que precisará de um investimento a rondar os 100 milhões de euros.

Na segunda intervenção da JSD Bombarral, Rodrigo Sebastião desafiou os diferentes municípios do Oeste a implementarem uma cultura de diálogo e cooperação em prol da região Oeste, na medida em que possam definir estratégias para a região e estabelecer acordos ao nível da comunidade intermunicipal por forma a alocarem recursos financeiros diretos ou oriundos de programas de apoios comunitários, como o Portugal 2020, ou outros, demonstrando ao Ministério da Saúde que não será por falta de cabimento orçamental que o novo hospital não nascerá no Oeste.

Em jeito de conclusão, e tomando posição pública, consideramos que, tendo em conta as intervenções realizadas e os dados apontados no presente debate, o Oeste é hoje uma região carecida de uma nova unidade hospitalar que possa e consiga satisfazer as necessidades da sua população. Nessa medida, devem os autarcas dos diferentes municípios unir esforços e pensar numa estratégia ao nível de infra-estruturas a curto e a médio prazo que realmente possa dar uma resposta efetiva ao desenvolvimento da região e da sua população.

No caso particular do Bombarral, consideramos elementar dotar o PDM de meios que o mantenha preparado para as necessidades das próximas décadas, devendo os nossos autarcas projetarem o nosso concelho nas próximas décadas e definirem prioridades.

Mais do que estarmos à espera indefinidamente por obras megalómanas para alavancar o nosso concelho, devemos pensar de que forma podem ser criadas condições para que os bombarralenses não saiam do concelho, e aqueles que têm capital para investir reconheçam o Bombarral como o local perfeito para realizar investimentos.





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