Regresso da JSD ao Bombarral

O regresso da JSD ao Bombarral é para nós um enorme desafio que acarreta muita responsabilidade, mas é com ambição que o aceitamos, pois queremos desenvolver o debate político e a participação entre os jovens do Bombarral. Viva a Juventude!

terça-feira, 15 de março de 2016

A Mulher e a Sociedade em debate!




As diferenças de género entre jovens têm vindo a atenuar-se cada vez mais. Ao contrário do que acontecia na geração dos nossos pais e até mesmo dos nossos avós, as raparigas estão a igualar os rapazes tanto a nível do associativismo jovem, como no seu papel na vida escolar e até em casa. Apesar de tudo isto acho que seria importante a escola continuar a desempenhar um papel preponderante, com uma forte abordagem em todas estas questões de igualdade de género.

Ao longo dos anos os dirigentes da Associação de Estudantes do Bombarral têm sido maioritariamente rapazes, talvez porque se tenham sempre chegado à frente e mostrado interesse em dirigir a Associação ou até porque existia o estereótipo de que os rapazes atrairiam mais votos. Felizmente, esta tendência quebrou-se no ano letivo passado (2014- 2015) em que uma rapariga assumiu as funções de Presidente da Direção. Este ano, apesar do Presidente ser um rapaz, existe uma excelente representação feminina, que ajuda todo o mecanismo da Associação a funcionar, em todos os restantes órgãos, tanto como vice-presidentes da Direção, eu própria como Presidente da Assembleia Geral e também como vogais, relatoras e secretárias.

Quero ainda salientar que até em alguns dos órgãos máximos da educação tanto do Agrupamento, no Conselho Pedagógico, como na Câmara Municipal, no Conselho de Educação, é precisamente no feminino que se representam todos os estudantes. Enquanto dirigente associativa nunca encontrei nenhum tipo de obstáculo no meu trabalho apenas pelo facto de pertencer ao género feminino. Antes pelo contrário, tenho até assistido a uma certa facilidade em conseguir comunicar com as pessoas e a estabelecer parcerias com outros organismos, sinto até que existe uma abertura muito maior quando existe uma jovem a responsabilizar-se pelo projeto. Porquê? Porque acho que existe, erradamente, o estereótipo de que as raparigas são, por norma, mais responsáveis, cumpridoras, rigorosas e organizadas, talvez por isso se deposite nelas mais confiança e ainda se mantenha esta diferença.

Fora da escola, pertenço também à comissão política da JSD do Bombarral, o que me permite observar a adesão e o interesse crescente das jovens mulheres pelo mundo da política, pela liderança, pela mudança e por fazer cada vez mais e melhor. Na nossa concelhia, por exemplo, existe uma discrepância quase nula entre o número de rapazes e raparigas, assim como nas estruturas distrital e nacional essa diferença de género também tende naturalmente a desaparecer sem que para isso se tenham de aplicar obrigatoriamente quotas para se garantir a representatividade de ambos os sexos.

Existem ainda pequenas desigualdades a serem combatidas no quotidiano dos jovens.
Por exemplo, as saídas à noite em que existem bares que fazem distinção entre géneros e cobram entrada apenas a rapazes, ou nos namoros onde socialmente é mais aceite um jovem ter tido várias namoradas, ao contrário do que acontece nas jovens.
Por outro lado, já houve um enorme progresso nas mentalidades e uma grande mudança na forma de educar as crianças, não estando destinadas apenas às jovens as tarefas domésticas, nem sendo apenas permitido aos jovens poder sair à noite. Realço ainda que até nos comportamentos de risco como o consumo de drogas ou álcool, que anteriormente eram comportamentos tipicamente masculinos, agora são comportamentos de ambos os sexos. Contudo, tais comportamentos não deixam de ser preocupantes.


Em suma, no passado existiu um longo e árduo caminho que foi percorrido para os jovens poderem usufruir desta liberdade equilibrada entre os géneros. Não acredito que alguma vez consigamos chegar à igualdade plena. Quando tentamos combater uma desigualdade automaticamente a balança entre os géneros volta a desajustar-se no prato oposto. No futuro desejo que estas questões nunca sejam esquecidas pelos mais novos e que continuem sempre a lutar no sentido de nos aproximarmos cada vez mais da tão esperada igualdade.

(intervenção no debate "A Mulher e a Sociedade", realizado no Auditório do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó. 14.03.2016).

Cláudia Pereira
- Presidente da Mesa da Assembleia Geral de alunos do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó
 - Membro da Comissão Política da Juventude Social Democrata do Bombarral




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