Manuel J. M.S. Carvalho Secretário Geral JSD Bombarral |
“(...)Nobre Povo, Nação valente e imortal,
Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal,
Entre as brumas da memória ,
(...)ás armas!, contra os canhões marchar, marchar!”
Nestes tempos difíceis que se avizinham, haverão mudanças drásticas em diversos sectores da nossa economia que se irão refletir socialmente no quotidiano das populações. A solidariedade, a união e o empreendorismo poderão ser grandes defesas para os anos vindouros. É preciso mudar mentalidades pois é urgente alterar hábitos e costumes. Hoje, mais do que nunca, Portugal precisa ter um povo patriótico, unido e corajoso, pois só assim o “barco” se manterá à tona.
Grande parte da nossa população local gravita à volta de pequenas e médias empresas, como é fácil de constatar: eletricistas, talhantes, empregados de balcão, comerciantes, agricultores, etc.
Mas para podermos ter uma economia sustentada há sacrifícios que temos de começar a fazer, nomeadamente comprar produtos NACIONAIS e preferir o pequeno e médio comerciante. Se todos nós formos ao mercado comprar os vegetais e ao talho comprar a carne, o que estamos a fazer? O dinheiro que nós portugueses ganhamos, fica em Portugal. Desta forma é possível desenvolver a economia e o estado financeiro e social do país. É certo que para isso é preciso articular a ida a grandes superfícies comerciais com o pequeno e médio comércio. Pensemos no seguinte: Os preços dos produtos vendidos por pequenos comerciantes é, por vezes, elevado. Um dos factores que condiciona esta situação deve-se ao facto destes terem menos clientela. Por exemplo, se um determinado talho local tiver mais clientes, terá uma maior liquidez para baixar um pouco a sua margem, e o mesmo se aplica quando se compra no mercado, pois está-se a comprar diretamente ao produtor, em vez de se estar a incentivar uma prática comercial algo desequilibrada entre o retalhista, que compra ao pequeno agricultor a preços mais baixos e depois os vende com margens maiores, e o pequeno agricultor não tem como negociar pois por vezes é a única forma de conseguir escoar os seus produtos, e nos dias que correm, devido a factores como a globalização ou a falta de Mercados ou Empresas que laborem nesta atividade, a concorrência neste sector é por vezes desleal. Ora, com base nesta análise, caminhamos para uma política de proximidade entre os empresários, comerciantes e consumidores, uma vez que passa a existir uma troca mútua de prestação de atividades. Hipoteticamente podemos pensar no caso do talhante que se desloca ao mercado para comprar produtos agrícolas para o seu próprio consumo, e o vendedor do mercado irá deslocar-se ao respectivo talho para comprar carne. Com isto incentiva-se o consumo de produtos locais, desenvolve-se o comércio local e o dinheiro fica no Bombarral.
Como Bombarralense não consigo terminar sem fazer uma análise do que foi e do que são hoje as lojas de pronto a vestir, as chamadas “lojas dos trezentos”, entre outras no nosso Concelho. As lojas asiáticas invadiram o nosso país, e como lá está, o nosso concelho e o nosso mercado. É preciso dizer que o povo asiático que veio para Portugal não pode ser alvo de descriminação, pois não nos podemos esquecer que fomos e que ainda somos um país com uma raiz fortemente migratória, mas não posso deixar de perguntar, que postos de trabalho criam estes comerciantes? A que empresas compram estes senhores os produtos que vendem? Pois é, os produtos vêm da China, grande parte desses produtos são trabalhados por pessoas em condições desumanas, e é nisso mesmo que temos que pensar...Como podem os empresários portugueses competir quando pagam salários mais elevados, e os trabalhadores laboram 8 horas de trabalhado diário? Das duas uma, ou mudamos a nossa mentalidade, fazemos um pouco mais de sacrifício (que é a curto-prazo, porque em termos macroeconómicos será fulcral para relançar Portugal numa nova rota) e nos voltamos para o que é Nacional, ou então temos que começar a pensar em alterar a lei laboral de forma a que as empresas nacionais possam ser tão competitivas como as asiáticas. Como preferimos? Julgo que a primeira solução é a mais correta.
Com esta atitude patriótica e inteligente estamos a contribuir para o desenvolvimento do pais, apoiando as pequenas e medias empresas que são o motor da nossa economia e o maior empregador nacional; estamos a fazer com que o nosso dinheiro seja aplicado para desenvolver a nossa nação e com isto se possam criar mais postos de trabalho e contribuir para que os que já existem se consigam manter. É certo que este é um processo que trará os seus resultados a médio/longo-prazo, mas penso que é este o caminho que tem que ser seguido. Aliás, hoje Portugal vive uma terrível situação económica e financeira devido à falta de uma política pensada a médio/longo-prazo. Com o desenvolvimento interno do nosso mercado, dos nossos serviços, da nossa sustentação económica, poderemos encontrar forma de nos virarmos para a exportação com a vitalidade que hoje não possuímos. Acredito que todos Juntos poderemos contribuir para um melhor futuro em Portugal e um Portugal com futuro! É pelas bases que se ultrapassam as crises e com este tipo de mudanças estamos a contribuir para o aumento da produtividade portuguesa, e se produzirmos mais, se formos mais fortes economicamente, mais forte serão as empresas, mais capacidade remuneratória terão os empresário, e maior poder de compra terão os trabalhadores! Não posso terminar sem lembrar a força do nosso hino, àquilo que já fomos, àquilo que já conquistámos, à força que nos fez avançar, quando partimos à descoberta do Mundo e sempre que nos encontrámos em situações de tremenda dificuldade ao longo da nossa história, unimo-nos e ultrapassámos as dificuldades. Vamos voltar a acreditar em nós mesmos, porque Juntos podemos fazer a diferença!
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